ONG britânica contesta Temer e diz que Brasil deveria proteger defensores
O governo brasileiro tentou desqualificar o relatório da ONG britânica Global Witness que demonstra que o Brasil é o país onde mais defensores da terra e do meio ambiente foram assassinados em 2017, com o número recorde de 57 mortos.
Diante dessa reação, o autor do relatório, Ben Leather, disse que "o fato de o presidente Temer optar por atacar nosso relatório e questionar a nossa integridade é emblemático de seu governo em relação aos direitos humanos e a quem os protege. Em vez de se comprometer a proteger as pessoas de assassinatos, ele tentou comprometer nossos esforços para parar esses ataques".
Foram 57 defensores da terra e do meio ambiente assassinados no Brasil em 2017. É o maior número já registrado em qualquer país do mundo, de acordo com a ONG britânica Global Witness. Em nota, o Palácio do Planalto disse que seriam "dados equivocados, inflados, frágeis e metodologia duvidosa", o que tiraria "qualquer resquício de credibilidade que tal documento poderia ter e mostra que a ONG distorce os fatos".
Para Ben Leather, o presidente Michel Temer poderia ter aproveitado o relatório para demonstrar como pretende proteger os ativistas de direitos humanos, da terra e do meio ambiente.
A organização esclarece ainda que seus dados são submetidos a um robusto e rigoroso processo de verificação. "No máximo, muitos outros ativistas estão morrendo sem que sejamos capazes de documentar. E inúmeros outros estão sendo rotineiramente ameaçados, atacados, perseguidos e criminalizados por defender seus direitos à terra e ao meio ambiente."
Relatório
O documento "A que preço?" registra que o Brasil foi palco de três chacinas, em que foram mortos 25 defensores. É de longe o número mais alto de homicídios coletivos.
Também aponta que 80% dos assassinados estava protegendo as riquezas naturais da Amazônia. E critica fortemente o governo Temer:
"O Brasil presenciou o pior ano registrado entre todos os países, com 57 defensores mortos. O presidente Temer sistematicamente enfraqueceu a legislação, as instituições e os orçamentos que poderiam apoiar os povos indígenas, prevenir conflitos de terra e proteger os defensores dos direitos humanos. Ele distorceu ainda mais o equilíbrio de poder em favor dos grandes negócios e deixou os ativistas mais vulneráveis do que nunca."
O documento também afirma que agronegócio seria um dos impulsores dessa insegurança no campo. "Um poderoso lobby do agronegócio está enfraquecendo as instituições responsáveis pela proteção do direito à terra", aponta.
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